‘Muito axé para a Mangueira!”, desejou Maria Bethânia, balançando os cabelos, logo após encerrar sua participação no show de verão da escola, anteontem, no Vivo Rio. Homenageada pela campeã da Sapucaí em 2016, Bethânia era a atração de abertura da noite e cantou, entre outras, “A menina dos olhos de Oyá”, em dueto com o mangueirense Tantinho. No final, ganhou uma faixa de campeã e deu um beijo estalado na bandeira da escola.
Era muita gente para subir ao palco nos 31 números que viriam a seguir — todos acompanhados pela banda do maestro Ivan Paulo. Leci Brandão entrou na roda interpretando “Santas almas benditas” e “Olodum, força divina”. Ela também fez um dueto com Fafá de Belém em “Romaria”, num dos números mais aplaudidos da noite.
Antes de puxar o samba-enredo “O Círio de Nazaré”, Fafá abaixou a cabeça para se concentrar e rezou. “O manto de Nossa Senhora protege todos! Fé não é religião”, comentou. Elba Ramalho mostrou o fôlego de sempre e fez a apresentação mais longa da noite: foram cinco números, incluindo a Oração de São Francisco de Assis. Fernanda Abreu entrou em cena com um interessante boné-cocar verde e rosa, e botou o povo para dançar com “Jorge da Capadócia”. Emendou com “Tambor”, música nova que foi bem recebida pela plateia. Sabe aquele coraçãozinho com as duas mãos? Pois é, Chico Buarque fez um.
Mandou o coração improvisado, abriu um sorrisão e foi ovacionado. Probleminha com o retorno? Que los hay, los hay, mas Chico não perdeu o rebolado. Literalmente, já que caiu no samba com as passistas e ritmistas da escola.
Antes disso, ele havia cantado “O que será”, acompanhado em coro pelo público, “Samba do grande amor” e “O meu amor”, esta última, junto com Alcione. A Marrom, bem mais magra e disposta, interpretou “Corpo fechado”, “Na paz de Deus” e “Ave Maria no morro”. A Mangueira encerrou os trabalhos com o samba deste ano e clássicos da escola, numa festa bonita de se ver.